Gravidez precoce e porque somos contra o pl 813/2019


Está sendo discutido na Câmara de Vereadores de São Paulo um projeto denominado “Escolhi Esperar” que fala sobre prevenção de gravidez na adolescência na perspectiva do projeto.

O presente projeto tem uma distorção grave sobre uma política da mais extrema importância. Ele dá tratamento moral a uma questão de saúde pública, que assim sendo, deveria ser tratada conforme as melhores práticas de política pública. E por isso não podemos concordar com o texto proposto.

Listamos cinco pontos que destacam parte dos problemas relacionados com esse nome ao projeto de lei:

  • dá tratamento moral para uma questão de saúde pública;
  • nomear de “decidi esperar” dá a entender que basta as jovens até 19 anos decidirem não praticar sexo que acabaria com o problema da gravidez precoce. Só de narrarmos assim, já vemos que a proposta é absurda;
  • o problema de gravidez precoce está na cultura dos estupros e a abstinência sexual não resolve questões como: Exploração sexual de menores; Falta de acesso à educação sexual e métodos contraceptivos e a cultura machista que não responsabiliza homens pela gravidez;
  • da forma como estão redigidas essas diretrizes, tem potencial para criminalizar a pobreza, reforçar problemas de racismo estrutural e transformar as vítimas em culpadas. Deturpar a realidade assumindo que a culpa da gravidez precoce são das mulheres pretas e pobres que não têm educação e nem dinheiro para cuidar dos filhos;
  • precisamos de leis pautadas em dados, em estatísticas e estudos abalizados e não em juízos morais de um determinado segmento da sociedade. Precisamos usar a legislação para políticas públicas que resolvam de verdade nossos problemas e não simplesmente os coloquem nas costas das crianças e jovens brasileiras.

Cronograma

Dados:

  • A cada 1 hora e 15 minutos uma menina menor de 14 anos* foi estuprada no estado de São Paulo no primeiro semestre de 2020. (Fórum Brasileiro de Segurança Pública);
  • A Unicef estima que 120 milhões de mulheres tiveram um contato sexual indesejado antes dos 20 anos.(El País);
  • No brasil, 7 em 10 meninas grávidas ou com filhos, são negras. (Febrasgo).

Legislação:

Existe legislação relacionado à datas temáticas para o debate e formação para evitar gravidez na adolescência. Seguem duas leis municipais e uma nacional:

Dia de Prevenção à Gravidez Adolescente não Planejada

Semana de Orientação e Prevenção da Gravidez na Adolescência

Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência

Quilombo une forças para barrar aprovação do PL “Escolhi Esperar”

Prefeitura

Em dezembro de 2020, em parceria com a UNICEF, publicou um documento intitulado “diretrizes intersetoriais para garantia de direitos sexuais e reprodutivos, prevenção e atenção integral à gravidez de adolescentes no município de São Paulo.

Segundo o documento, o objetivo é “tratar a gravidez sob uma perspectiva preventiva e de atenção integral à menina e ao menino adolescentes proporciona a estes sujeitos o exercício da vida sexual e reprodutiva com base em valores e comportamentos mais autônomos, com decisões mais responsáveis, além da construção de a longo prazo”.

 Veja aqui o material.

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